A administração de uma transportadora demanda atenção constante a pontos sensíveis da operação. A saúde da frota é, sem dúvida, um desses aspectos relevantes. No esforço para otimizar recursos e maximizar resultados, é importante que o gestor se dedique ao cálculo de depreciação de veículos com certa regularidade.

Neste post, você conhecerá um pouco mais sobre o assunto. Primeiro, saberá o que é depreciação de veículos, visualizando como a perda de valor pode prejudicar os resultados da sua empresa — no curto, no médio e no longo prazo.

Em seguida, você entenderá como efetuar o cálculo de depreciação de frota, mergulhando nos dados da sua empresa para, se necessário, traçar novas estratégias de otimização. Por fim, você terá acesso a dicas valiosas para evitar a depreciação, melhorando a performance da transportadora. Boa leitura!

O que é depreciação de veículos?

Cada veículo da frota, assim como os demais equipamentos e máquinas, é considerado um bem patrimonial da empresa. Essa classificação pressupõe que o recurso tem uma expectativa de vida útil determinada pelo mercado, que também estabelece o preço de acordo com critérios bem específicos.

Esse tipo de cálculo, que já considera, por exemplo, o desgaste natural de uso e a perda de valor em função de lançamentos recentes, dá origem ao índice de depreciação. Além disso, o panorama de demanda e ofertas são aspectos que têm impacto direto no ritmo da redução de valor.

Os modelos com maior procura sofrem menos com a depreciação quando são adquiridos. A lógica, no entanto, também vale para o inverso: veículos menos valorizados ou fabricados por montadoras com menos penetração de mercado estão, geralmente, mais sujeitos à depreciação.

Qual é a diferença entre desvalorização e depreciação de veículos?

A desvalorização e a depreciação de veículos são conceitos relacionados, mas com diferenças importantes.

A desvalorização refere-se à perda de valor de mercado de um veículo ao longo do tempo, devido a fatores externos, como a demanda, a idade do veículo, as condições econômicas, e até o lançamento de novos modelos no mercado. A desvalorização acontece naturalmente com qualquer veículo, e é o quanto ele perde em valor se comparado ao preço original de compra.

Já a depreciação é um conceito mais técnico e contábil. Refere-se à perda de valor do veículo por conta de seu uso, desgaste e obsolescência ao longo do tempo. A depreciação é calculada para fins fiscais e contábeis, permitindo que empresas, por exemplo, possam contabilizar essa perda em seus balanços financeiros. A depreciação é geralmente calculada com base em uma taxa anual fixa, dependendo do tempo de vida útil esperado para o veículo.

Como calcular a depreciação de veículos?

Existem formas diferentes de realizar o cálculo da depreciação de veículos. O mais comum é o cálculo contábil, que é usado para definir qual foi a despesa de depreciação e qual foi a desvalorização do patrimônio líquido causado por ela.

O cálculo contábil da depreciação segue um processo formalizado, normalmente com base no método linear (o mais utilizado), que distribui a perda de valor de um ativo de maneira uniforme ao longo de sua vida útil. Aqui está como realizar o cálculo contábil da depreciação de um veículo:

1. Determinar o Valor de Aquisição (VA)

Este é o valor total que a empresa pagou pelo veículo, incluindo todos os custos associados à compra, como impostos, taxas de registro, e possíveis despesas de transporte.

2. Estimar a Vida Útil do Veículo (VU)

A vida útil é o período durante o qual se espera que o veículo seja usado de forma produtiva. Para veículos de carga, a vida útil geralmente varia entre 5 e 10 anos, dependendo do tipo de veículo e das políticas contábeis da empresa.

3. Determinar o Valor Residual (VR)

É o valor estimado que o veículo terá ao final de sua vida útil, ou seja, o quanto ele valerá quando a empresa não tiver mais utilidade para ele. Esse valor pode ser baseado em dados de mercado ou experiência anterior da empresa.

4. Cálculo da Depreciação Anual (DA)

A fórmula mais comum, usando o método linearé:

DA = (VA − VR) – VU

Nesse cálculo, subtrai-se o valor residual do valor de aquisição, e o resultado é dividido pela vida útil do veículo para encontrar a depreciação anual.

Se você deseja saber sobre outros custos do transporte de cargas, assista o vídeo abaixo:

O que influencia na depreciação de veículos?

Vários fatores influenciam na depreciação de veículos, afetando a velocidade e a intensidade com que o valor do veículo diminui ao longo do tempo. Confira abaixo os principais:

Idade do veículo

Veículos perdem mais valor nos primeiros anos de uso. A depreciação costuma ser mais acentuada nos primeiros três a cinco anos, especialmente nos dois primeiros anos após a compra.

Quilometragem

Quanto mais quilômetros rodados, maior é o desgaste do veículo, o que reduz seu valor de mercado. Veículos com quilometragem alta depreciam mais rapidamente, pois indicam maior uso e possível necessidade de manutenção mais frequente.

Marca e modelo

Veículos de marcas confiáveis e com boa reputação tendem a depreciar menos, pois são mais procurados no mercado de usados. Modelos com alta demanda ou edições limitadas também mantêm seu valor por mais tempo. Marcas com histórico de manutenção cara ou baixa confiabilidade tendem a depreciar mais rapidamente.

Condição geral do veículo

O estado de conservação do veículo (tanto estético quanto mecânico) influencia diretamente na depreciação. Veículos bem cuidados, com manutenção regular, aparência externa bem preservada, e sem danos estruturais, desvalorizam menos.

Como evitar a depreciação de veículos?

Embora seja impossível evitar completamente a depreciação de veículos de carga, existem algumas estratégias para minimizar essa perda de valor e prolongar a vida útil do veículo. Confira abaixo as dicas que podem ajudar a diminuir a depreciação de veículos

Manutenção e histórico de reparos

Ter um histórico de manutenção atualizado e em dia pode ajudar a reduzir a depreciação, já que compradores de veículos usados buscam segurança de que o carro foi bem cuidado. Por outro lado, veículos com histórico de acidentes ou reparos sérios tendem a perder mais valor.

Documentar a manutenção

Ter um histórico de manutenção detalhado ajuda a aumentar o valor de revenda do veículo. Um registro bem organizado mostra aos potenciais compradores que o veículo foi bem cuidado e minimiza preocupações com possíveis problemas futuros. Você também pode usar um sistema de controle

Cuidado com a aparência

Preservar a pintura, o interior e a carroceria do caminhão pode ajudar a evitar a depreciação acelerada. Proteger o veículo contra ferrugem, amassados, riscos e danos causados por intempéries ou condições ambientais adversas também contribui para uma valorização maior.

Cuidados com os pneus

Pneus desgastados ou mal cuidados podem impactar negativamente o valor de um veículo de carga. Garantir que os pneus estejam sempre em boas condições e com a calibragem correta reduz o consumo de combustível e melhora a segurança, além de preservar o valor do caminhão.

Utilizar peças de qualidade

Sempre use peças de reposição originais ou de boa procedência durante manutenções ou reparos. Isso garante a durabilidade e mantém a confiabilidade do veículo, ajudando a reduzir a depreciação.

A essa altura, você provavelmente já se convenceu de que o acompanhamento do valor de mercado da frota deve ser uma preocupação recorrente na gestão enxuta da transportadora. Mais do que direcionar a atenção ao cálculo de depreciação de veículo, é fundamental entender as demandas da empresa e, assim, endereçar as melhores soluções para suportar o crescimento sustentável da organização.

O conteúdo foi útil e ajudou você a repensar sua estratégia de frotas, considerando as variáveis da depreciação de veículos? Ótimo! Continue aprendendo como otimizar os recursos do seu negócio: clique no banner abaixo e acesse nosso material completo sobre Gestão de Frotas. Sucesso e até a próxima!