Por aqui, no blog da Bsoft, sempre trazemos dicas sobre como diminuir os custos e melhorar o lucro das transportadoras, e o post de hoje não é diferente.

O tema é frete de retorno, onde reunimos algumas informações relevantes, algumas polêmicas envolvendo o assunto, e é claro, dicas para aproveitar melhor esta modalidade e lucrar mais. Continue a leitura!

O que é o frete retorno?

O frete de retorno é a prática de aproveitar a volta de uma viagem de entrega aproveitando para levar outra carga. Esta pratica é uma vantagem para a transportadora, que evita trafegar com o veículo vazio, ou “batendo lata” como costumam dizer.

Entretanto, transportadores e motoristas defendem que o termo “frete de retorno” é incorreto, uma vez que frete é frete, independente se o mesmo ocorre na ida ou na volta da viagem. Segundo eles, dizer que é frete de retorno pode fazer com o preço fique mais barato diminuindo os lucros.

Mas, é importante lembrar que todos os fretes prestados no Brasil precisam estar com valor compatível com a Politica de Fretes Mínimos definida pela ANTT, e que qualquer frete menor que isso está passível de multa.

Frete mínimo e o impacto no lucro com a carga de retorno

O assunto da carga no retorno do caminhão sempre foi importante, mas voltou à tona, principalmente, por conta do frete mínimo divulgado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

Desde a Resolução 5.820/2018, ficou estabelecido que o transportador deve considerar o percurso em dobro, quando tiver certeza de que o veículo voltará vazio da viagem.

Com isso, a pesquisa do custo por eixo e quilômetro considera o trajeto total, em vez de apenas aquele executado com o caminhão carregado. Essa prerrogativa é válida ainda que haja incompatibilidade do veículo de transportar outro tipo de carga.

Tipos de frete de retorno

O primeiro passo para otimizar a movimentação de cargas na sua empresa é compreender os tipos de frete de retorno existentes.

De modo geral, essa estratégia é excelente para aumentar o rendimento do seu negócio e atingir um patamar financeiro mais sustentável. No entanto, conhecer as opções permite adequar as cargas às diversas demandas.

Tudo isso leva ao menor desperdício de dinheiro. Nesse momento, vale a pena pensar sobre o formato de carga mais utilizado atualmente na sua transportadora. Por exemplo, perecíveis, secas, perigosoa granel, ao vivo etc.

A partir disso, é preciso conhecer as alternativas de retorno e entender quais delas estão alinhadas a essa demanda. Veja!

Carga fechada

O cliente ocupa todo o espaço do caminhão. Assim, o motorista vai da origem ao destino sem fazer paradas para descarregar. Essa opção pode ser considerada para o retorno. No entanto, é recomendado negociar um valor mais alto ou fechar um acordo que permita transportar outras mercadorias, como as originárias da logística reversa, ou as encomendas de um fornecedor.

Carregamento dedicado

O foco também é a ocupação do espaço do caminhão por apenas um cliente. A diferença para a carga fechada é que o veículo não precisa estar lotado. De toda forma, o ideal também é trabalhar com o valor mais alto ou negociação de movimentação de outros produtos.

Carga fracionada

Essa opção é mais comum no e-commerce, porque, nesse caso, mercadorias de diferentes clientes são carregadas em um mesmo caminhão. Os produtos precisam ter características similares, mas os volumes e as dimensões podem ser distintos.

As entregas são feitas ao longo do trajeto. Essa pulverização dificulta a distribuição das mercadorias nos endereços certos. Além disso, é necessário organizar diferentes pacotes e documentos fiscais — um verdadeiro desafio. Por outro lado, o potencial de lucro e a chance de voltar com carga são maiores.

carga urgente

O objetivo é fazer a entrega no menor tempo possível. O prazo é curto e, por isso, o valor do frete é mais elevado.

Para garantir um lucro mais elevado, o ideal é contar com vários contatos de empresas que contratam transportes urgentes, já que a demanda tende a ser alta e a chance de fazer o retorno carregado é maior.

Se você deseja saber mais sobre o frete de retorno, também temos este vídeo em nosso canal:

Como calcular o frete de retorno?

Via de regra, se a quilometragem e o peso carregado são os mesmos dos fretes de ida, o valor do frete de retorno deve ser o mesmo. Entretanto, os valores dos fretes variam de acordo com o mercado e com a região do pais.

De qualquer forma, o frete de ida pode ser usado como parâmetro para definir o valor do frete de retorno. O ideal seria fornecer no máximo um desconto ao embarcador, e não acertar fretes abaixo do preço justo.

Nesse momento, é preciso saber calcular o frete para entender, na prática, como o aumento do lucro ocorre. Primeiro, é necessário entender as variáveis que influenciam essa questão. As principais são as que mostramos logo abaixo.

Custo da carga

Os produtos que serão entregues impactam a conservação do veículo e ocasionam seu desgaste. Além do mais, eles precisam ser entregues no prazo e com integridade. Devido a essas questões, existem várias particularidades que interferem no custo da carga:

  • peso da carga: influencia o gasto de combustível e o desgaste do caminhão. Apesar de ser importante considerar esse fator, o ideal é calculá-lo junto com a taxa de cubagem para ter um valor mais justo;
  • taxa de cubagem: é um fator calculado quando as mercadorias ocupam muito espaço no caminhão. É o caso de travesseiros, colchões, materiais de isopor, espumas etc. A fórmula a ser utilizada é: volume da mercadoria (m³) x quantidade (unidade) x fator de cubagem (kg/m³). O fator de cubagem para o transporte rodoviário é de 300 kg/m³. O resultado dessa fórmula é utilizado para calcular o preço do frete;
  • valor da mercadoria: é a quantia especificada na nota fiscal e que interfere no Seguro de Responsabilidade Civil imposto à carga.

Custo da viagem

Esse gasto contempla o trajeto, o trabalho de condução, a retirada e a entrega das mercadorias. Os fatores incluídos são:

  • distância: tem como base de cálculo a quilometragem rodada. É preciso considerar o trajeto normal e desvios;
  • pedágios: devem ser cobrados no frete, de acordo com a lei Vale-pedágio Obrigatório. Se a carga for fracionada, é preciso fazer a divisão entre os vários embarcadores;
  • alimentação e pernoites: são calculados de acordo com o tempo de transporte, distância e dificuldades do trajeto;
  • Taxa de Gerenciamento de Riscos (GRIS): contempla o risco da movimentação da carga e as dificuldades de acesso. A alíquota é de 0,3% para cada Conhecimento de Transporte Eletrônico (CT-e) e mais 20% sobre o frete.

Custos invisíveis

Os custos invisíveis são aqueles que incidem sobre o transporte, mas nem sempre são considerados. Normalmente, são esquecidos porque não aparecem no dia a dia. Entre os principais, estão:

  • propriedade do caminhão: inclui as despesas com impostos — como licenciamento, IPVA e DPVAT —, manutenções, seguro e reposição dos pneus. Considere ainda a depreciação, que aparecerá na hora de fazer a troca do veículo;
  • impostos e taxas: devem ser divididos no preço. Entre os principais tributos, estão Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), Imposto sobre Serviços (ISS) e Taxa de Restrição de Trânsito (TST);
  • remunerações: são os valores pagos por ajudantes, operador de empilhadeira, segundo condutor etc., que contribuírem para o processo rápido e seguro.

Como você pôde perceber, o método para calcular o preço do frete abrange uma série de variáveis. Entender como elas funcionam é o primeiro passo para calcular o preço correto, tanto para a ida quanto para a carga de retorno.

Inclusive, todas essas cobranças — até mesmo de desgaste do caminhão, seguros, tributos, pedágios etc. — são repartidas entre a ida e a volta com o veículo carregado. Por consequência, há menos despesas e mais lucro.

De toda forma, o frete de retorno oferece uma organização maior para a transportadora, que consegue determinar melhor os gastos da viagem, fazer uma previsão de custo e dimensionar o tempo de espera entre um descarregamento e o novo carregamento para voltar.

Como conseguir fretes retorno?

Juntamos algumas dicas que podem ser uteis para você conseguir mais fretes de retorno e otimizar sua operação, confira abaixo:

Planejamento de rotas

A principal dica é sem dúvida o planejamento das rotas de forma eficiente para poder encaixar dois fretes em uma mesma viagem. Isso irá deixar a operação mais vantajosa para transportadora, uma vez que poderá negociar os fretes com um ou mais embarcador de forma independente.

Cobre o frete considerando a ida e a volta

Quando um embarcador realiza a contratação de um transportador para realizar uma entrega e retornar ao ponto de origem, o frete deve ser pago considerando o frete de retorno também. Negocie com seus embarcadores desta forma para lucrar mais.

Crie parcerias

Realize parcerias com embarcadores. Por exemplos, se sua empresa fica em São Paulo e você sempre realiza fretes para Salvador, é interessante fechar parcerias com embarcadores de Salvador para sempre voltar com o veículo carregado.

Também vale a pena oferecer um bom serviço para estas empresas, para que mesmo diante da concorrência, este embarcador acabe optando por contratar a sua transportadora.

Conte com a tecnologia

Hoje em dia temos muitas opções tecnológicas que cabem no bolso de empresas de todos os tamanhos. Já falamos acima de planejar rotas, para isso, nada melhor que um roteirizador para auxiliar na tarefa.

Outro software que pode ser de grande valia nestes momentos é o TMS. Com um sistema TMS, você consegue controlar as receitas e despesas das viagens incluindo todos os fretes, assim como o frete de retorno e analisar se este está trazendo lucro para a sua operação.

Se você deseja saber sobre outras funcionalidades de um sistema para transportadoras, acesse nosso post sobre sistema TMS.